Sonhava com um mundo no qual não existisse a palavra ódio... Pois, onde ela vive, essa palavra é muito traiçoeira... Pega as pessoas de surpresa e as deixam sem ação depois faz com que outras a profanem com os olhos vermelhos... Quando a palavra vai embora deixa um dó maior no coração chamado vazio ou medo. O som não sai, nada flui, os passaros deixam de voar, as borboletas deixam de borboletear... as cores não se coloram.
Queria de verdade que tudo fosse uma coisa só, e se pergunta se não é. Se o pensamento dela pode ser o de outro... Ela nasceu com o dom da absorção dos sentimentos. Não entende muito de nada mas sabe que sentimento é o que faz ela se sentir viva ou quem sabe morta. Não sabe o que sente, sua cabeça está confusa. Disse até que um sol maior era tão simples e intenso quando uma combinação de dedos. Não sabe mais se é ou se não é ou se existe ser. Se ama ou não e o que é amor. Queria ser uma borboleta, uma folha uma flor. Queria ser o vento... Dançar como o vento, cantar como as borboletas cantam e harmonizar como as flores. Mas não é nada. E lhe resta tão pouco, quanto contemplar o que sobrou dos cacos de um vaso quebrado chamado humanidade.
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