domingo, outubro 17

Tempo



"Você já adivinhou a charada?, disse o Chapeleiro, virando-se de novo para Alice.
"Não, desisto", respondeu Alice. "Qual é a resposta?"
"Não tenho a menor ideia", disse o Chapeleiro.
"Nem eu", disse a Lebre de Março.
Alice suspirou cansada. "Acho que você poderia aproveitar melhor o seu tempo", disse, "em vez de desperdiçá-lo propondo charadas que não têm resposta."
"Se você conhecesse o tempo como eu conheço", disse o Chapeleiro, "não falaria em desperdiçá-lo, como se fosse uma coisa. É um senhor."
"Não entendo o que você quer dizer", disse Alice.
"Claro que não entende!", disse o Chapeleiro, atirando a cabeça desdenhosamente para trás. "Acho que você nunca sequer falou com o Tempo!"
"Talvez não", respondeu Alice cautelosamente, "mas sei que tenho de bater o tempo, quando estudo música."
"Ah! Isso explica tudo", disse o Chapeleiro. "Ele não suporta ser batido. Agora, se você mantivesse boas relações com o Tempo, ele faria quase tudo o que você quisesse com o relógio. Por exemplo, vamos supor que fossem nove da manhã, bem na hora de começar as aulas. Você só teria de sussurrar uma dica para o Tempo, e o ponteiro giraria num piscar de olhos! Uma e meia, hora do almoço!
("Como gostaria que fosse", disse a Lebre num sussurro.)
"Seria maravilhoso, certamente", disse Alice pensativa, "só que... eu não estaria com fome."
"A princípio, talvez não" disse o Chapeleiro, "mas você poderia manter o relógio marcando uma e meia por quanto tempo quisesse."



Quanto tempo
Quanto tempo faz
Quanto tempo ficou pra trás

Esqueci de fazer a mala
Fechar a casa
Dizer agora eu vou embora

Eu não, não apaguei a luz
Não corri atrás
Não saí quando chegou a hora

Mas a hora chegou
E ninguém me avisou

O tempo passa tão depressa
Logo acaba, mal começa
Eu tenho pressa
Não vou olhar pra trás

Esqueci de olhar pra frente
Sair de repente
Andar até o fim da estrada

Eu não, não tomei coragem
Não segui viagem
Não vi que o tempo passava

Mas o tempo passou
E ninguém me avisou

(Quanto tempo - titãs)


Aqui estou novamente correndo, não contra o tempo mas com o tempo. Será que quando estiver mais velha poderei ver o tempo passar lentamente diante de mim ou a morte me pegará de surpresa? Como fez ao meu querido Raulzito. Quanto tempo nos resta? E aproveitamos o tempo? O tempo passa tão depressa e eu nem pude aprecia-lo. Me obrigaram a ingolir tudo como é, e muito rapido. Ahh se o país das maravilhas existisse de verdade ou se pudessimos inventá-lo...

Nenhum comentário: